Ter, 16 de julho de 2019, 09:07

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO E DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE
Conceitos Básicos

A Demonstração do Resultado do Exercício é uma importante ferramenta para a gestão do retorno financeiro gerado por uma empresa num período predeterminado. Ela é obrigatória para todas as empresas do setor privado, enquanto que no setor público a demonstração que equivale a esta é a DVP (Demonstração das Variações Patrimoniais). Faz parte da DRE as contas de Receitas, Custos e Despesas.

Como o seu principal objetivo é demonstrar o Lucro ou o prejuízo apurado, ela é utilizada pelos profissionais da contabilidade como um relatório capaz de gerar informações relevantes referente as receitas, custos e despesas da atividade operacional e não operacional de uma entidade e tem a finalidade de prestar auxílio na tomada de decisão do administrador para o desenvolvimento e crescimento desta. A DRE também é utilizada na geração de informações ao fisco, usuários internos, fornecedores, bancos, entre outros.

A DRE, de acordo com a lei 6.404/76, possui a seguinte estrutura:

  • Receita Bruta de Vendas
  • (-) Deduções das Vendas
  • (=) Receita Liquida de Vendas
  • (-) Custo de Mercadorias ou Serviços Vendidos
  • (=) Lucro Bruto
  • (-) Despesas com Vendas, Financeiras, gerais e administrativas
  • (=) Lucro ou Prejuízo Operacional
  • (+/-) Outras Receitas ou Despesas
  • (=) Resultado do Exercício antes dos impostos sobre o Lucro
  • (-) Impostos sobre o Lucro
  • (=) Resultado do Exercício após os Impostos sobre o Lucro
  • (-) Participações de Debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias
  • (=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício

Vale destacar que essa estrutura é a padrão trazida pela a Lei das S.A., no entanto as demais empresas que não se enquadrem nessa lei podem elaborar a demonstração com menos ou mais detalhes.

Um outro ponto importante é que está demonstração também é obrigatória para as entidades do terceiro setor (Associações, Partidos Políticos, ONGs, OSCIP, Fundações, entre outras), no entanto o objetivo não será a discriminação do lucro ou prejuízo, mas sim, o superávit ou déficit do período. Essa informação é necessária para a visualização da operação destas entidades, pois assim torna-se transparente as informações decorrentes das aplicações de recursos que na maioria das vezes vem de doações ou subvenções de entidades público.

Em uma análise mais técnica é possível visualizar o crescimento e geração de retorno de uma empresa só pelos números gerados pelas DREs. Podemos utilizar a análise horizontal, que é a comparação de várias DREs no decorrer de alguns anos, para verificar se a empresa vem crescendo suas receitas acima da inflação, esse é um índice indispensável para qualquer empresa, tornando-se assim viável e atrativa para futuros acionistas. Já na análise vertical, mede a participação de determinada despesa ou custo no montante da receita líquida, assim conseguimos ver o peso que uma despesa tem sobre o resultado da empresa em um período predefinido.

É na DRE que retiramos o Indice Ebitda (Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization) sigla em inglês que significa Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida). Este é um índice muito aplicado na avaliação das empresas de capital aberto. De acordo com professor de contabilidade Ariovaldo dos Santos ”O Ebitda mostra o potencial de geração de caixa de um negócio, pois indica quanto dinheiro é gerado pelos ativos operacionais”. Com isso o acionista consegue identificar a competitividade da empresa de uma forma muito objetiva.

Já a DRA (Demonstração do Resultado Abrangente) é uma complementação da DRE. Ela é uma demonstração nova, comparada as outras, e foi instituída no Brasil pelo CPC 26. Compõe a DRA as informações referentes ao Resultado Líquido do Exercício e os outros resultados abrangentes. No próprio CPC 26 encontramos uma definição clara sobre o que seria esses Outros Resultados Abrangentes:

Outros resultados abrangentes compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações emitidos pelo CPC. Os componentes dos outros resultados abrangentes incluem:

(a) variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente (ver Pronunciamentos Técnicos CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 04 – Ativo Intangível);

(b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos conforme item 93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados;

(c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior (ver Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis);

(d) ganhos e perdas na remensuração de ativos financeiros disponíveis para venda (ver Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração);

(e) parcela efetiva de ganhos ou perdas advindos de instrumentos de hedge em operação de hedge de fluxo de caixa (ver Pronunciamento Técnicos CPC 38).

Essa Demonstração segue os moldes das Normas Internacionais de Contabilidade para atender as necessidades dos acionistas. E evidencia as receitas, despesas e outras mutações que afetam o patrimônio líquido, mas que não são reconhecidas na DRE. Na maioria das vezes ela é publicada junto com as informações da DRE, pois assim é possível analisar os resultados da empresa de uma forma completa.


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